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2011-12-06

Ofertório - Félix Pacheco

Cerca-te a nobre fronte uma auréola bendita.
Na nostalgia azul dos teus olhares leio
Uma Balada atroz com Lágrimas escrita.

És para mim, ó Mãe, o vigoroso esteio
Que sustenta de pé a velha e augusta Cripta,
A colunata de oiro erguida em frágil seio,

Para amparar a Torre Astral dos Meus Cismares,
E impedir que ela tombe, em pó desfeita, em ruínas.
A tua voz espalha, em ondas, pelos ares,

Suaves, doridos sons de aflitivas surdinas,
Enchendo o Oceano, enchendo os Céus, enchendo os Mundos.
Como um Réquiem cantado através de neblinas.

Vieste para extinguir os tormentos profundos!
Vieste para apagar as velhas cicatrizes,
Para descortinar o Céu aos moribundos!

Vieste para aliviar a Dor dos infelizes!
Vieste para espancar as Trevas de Minh'Alma,
Para arrancar à Dor as rígidas raízes!

Arcanjo de asa branca e protetora espalma,
Emissário de Deus, ó Mãe, tu me trouxeste,
Como uma Bênção do Alto, a esplendorosa calma.

Abrandas a Agonia, exterminas a Peste,
Escravizas o Leão ao teu olhar piedoso,
E o Corvo teme, e o Tigre, a alvura que te veste.

Arcanjo, Santa, Lírio, Estrela, Sol glorioso,
Filtro que os Corações Humanos fortalece,
Tamareira que ensombra o deserto arenoso,

Mater! Suprema Força! Acolhe minha prece!

Extraído daqui

José Félix Alves Pacheco, nasceu em Teresina, PI, em 2 de agosto de 1879, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de dezembro de 1935.

Ler do mesmo autor, neste blog:
O Poeta e o Tempo
Do Cimo da Montanha
Símbolo d'Arte
Em Louvor do Soneto
Estranhas Lágrimas
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